Segundo o engenheiro Ricardo Chimirri Candia, as enchentes e desastres naturais têm se tornado cada vez mais frequentes no país, trazendo impactos diretos na vida da população e no ambiente de trabalho. Esse cenário exige uma nova abordagem para a saúde ocupacional, já que trabalhadores expostos a essas situações enfrentam riscos físicos, emocionais e sociais.
Ao longo deste artigo, vamos analisar como as mudanças climáticas influenciam esse quadro e quais medidas podem ser tomadas para proteger a saúde e a segurança dos profissionais.
Como as enchentes e os desastres naturais afetam a saúde ocupacional no Brasil?
As enchentes provocam danos imediatos, como alagamentos de empresas, destruição de equipamentos e paralisação de atividades. No entanto, o maior desafio está nos efeitos indiretos. Contato com águas contaminadas, aumento de doenças infecciosas e acidentes durante resgates ou deslocamentos são apenas alguns dos riscos enfrentados pelos trabalhadores.

De acordo com Ricardo Chimirri Candia, os desastres naturais, principalmente as enchentes, favorecem a propagação de doenças. Entre as mais comuns estão:
- Leptospirose: transmitida pelo contato com águas contaminadas por urina de roedores.
- Diarreias e gastroenterites: decorrentes da ingestão de água imprópria.
- Hepatite A: ligada à falta de saneamento básico em áreas alagadas.
- Doenças respiratórias: agravadas pela umidade e presença de mofo em ambientes fechados.
Empresas e órgãos públicos precisam adotar protocolos de saúde que auxiliem na prevenção e no diagnóstico rápido dessas enfermidades, garantindo a proteção dos trabalhadores.
Como desastres naturais impactam a saúde mental dos trabalhadores?
Além das doenças físicas, enchentes e desastres naturais afetam a saúde mental. A insegurança, a perda de bens e a necessidade de adaptação a novas rotinas geram altos níveis de estresse, ansiedade e até depressão. Esse impacto psicológico compromete diretamente a produtividade, aumenta o absenteísmo e pode provocar acidentes por falta de atenção ou fadiga emocional.
A promoção de programas de apoio psicológico e treinamentos para lidar com situações de crise é uma medida essencial no contexto atual. Para Ricardo Chimirri Candia, cuidar da saúde mental é tão importante quanto prevenir doenças físicas, pois ambos os aspectos estão interligados e determinam a qualidade de vida no ambiente de trabalho.
O que as empresas podem fazer para mitigar os riscos?
Empresas desempenham papel crucial na redução de riscos associados a enchentes e desastres naturais. Algumas medidas práticas incluem:
- Planos de contingência: com protocolos claros para situações emergenciais.
- Treinamento de equipes: capacitando trabalhadores para agir com segurança durante crises.
- Infraestrutura adaptada: investimentos em sistemas de drenagem e locais elevados para armazenar equipamentos.
- Monitoramento climático: uso de tecnologias para antecipar riscos e planejar medidas preventivas.
Ricardo Chimirri Candia frisa que integrar a gestão de riscos ambientais à saúde ocupacional é um passo fundamental para enfrentar os desafios impostos pela nova realidade climática.
Quais são as perspectivas para o futuro da saúde ocupacional diante das mudanças climáticas?
O avanço das mudanças climáticas indica que enchentes e outros desastres naturais tendem a se intensificar nos próximos anos. Isso significa que a saúde ocupacional precisará se adaptar constantemente, ampliando políticas públicas e estratégias empresariais voltadas à proteção dos trabalhadores. Ricardo Chimirri Candia destaca que a integração entre sustentabilidade, inovação tecnológica e saúde ocupacional será decisiva para reduzir impactos e preservar vidas.
Por fim, as enchentes e desastres naturais representam uma ameaça crescente para a saúde ocupacional no Brasil. Mais do que danos materiais, eles colocam em risco a integridade física e emocional dos trabalhadores, exigindo ações preventivas e estratégicas. A resposta a essa realidade deve ser integrada, unindo empresas, governo e sociedade em busca de soluções que priorizem a segurança e a qualidade de vida no trabalho.
Autor: Bruno Azeved